JAULA
JAULA
Enjaulado por vontade própria
Ouço Vivaldi, Beethoven, Chopin
Tentando escrever algo que preste
Agora que controlada a peste
Mas a vontade de sair foi-se
Penso no apocalipse e na foice
E ermitão permaneço
Escravo de telas e redes
Sem fomes e sedes
Afinal animal racional
Paradoxo de bem e mal
Nada me move adiante
Afinal futuro me parece escuro
Um inferno de Dante
Trilhas secas e estorricadas
Desaguadas
De vida e esperança
Quem espera a bonança
Sairá frustrado
Num mundo acabado
Vazio e arenoso
Desazulado
Fruto de nós
E o após
Inexistente
Que será de tanta gente
Bilhões de queimados
Num sol que era vida
Tornado morte