anacrônico
Eu nem vou fingir
que está tudo bem,
ou que vai ficar.
Não sou muito bom com essas coisas,
e acho que isso ficou bem claro
desde sempre.
Eu não tenho vergonha de expressar
o que eu estou sentindo,
nunca tive.
Não vou começar a ter agora
palavras são tudo o que eu tenho,
mas nem sempre elas são as melhores.
Esse sou eu,
e daí?
Não sei onde vou estar amanhã,
ou semana que vem,
mas posso dizer que vou estar em paz
com meus próprios sentimentos.
Apesar de toda essa confusão.
Tento não reclamar de nada,
E ser grato
pelas coisas
como elas acontecem.
Você não faz ideia
de quantas horas
eu perdi na contemplação
da nossa história,
de lá até cá.
cada pedaço, cada erro, cada engano.
Remexi todas as pedras
e todas as lembranças
desse caminho.
Você estava comigo do começo ao fim,
em pensamento.
Você não sabe,
talvez nunca vá saber,
que no fim, eu estou pouco me fodendo,
pra como vamos terminar,
contanto que eu continue caminhando.
Talvez eu espere... mas só talvez.
estarei por aí, no entanto.
ruminando os meus sonhos,
e os meus versos,
se interesse você em lê-los,
ou não.
seguirei andando
anacrônico, renitente,
como as pedras
das ruas do Recife Antigo
teimoso demais,
para parar,
velho demais,
para caminhar
contigo.