anacrônico

Eu nem vou fingir

que está tudo bem,

ou que vai ficar.

Não sou muito bom com essas coisas,

e acho que isso ficou bem claro

desde sempre.

Eu não tenho vergonha de expressar

o que eu estou sentindo,

nunca tive.

Não vou começar a ter agora

palavras são tudo o que eu tenho,

mas nem sempre elas são as melhores.

Esse sou eu,

e daí?

Não sei onde vou estar amanhã,

ou semana que vem,

mas posso dizer que vou estar em paz

com meus próprios sentimentos.

Apesar de toda essa confusão.

Tento não reclamar de nada,

E ser grato

pelas coisas

como elas acontecem.

Você não faz ideia

de quantas horas

eu perdi na contemplação

da nossa história,

de lá até cá.

cada pedaço, cada erro, cada engano.

Remexi todas as pedras

e todas as lembranças

desse caminho.

Você estava comigo do começo ao fim,

em pensamento.

Você não sabe,

talvez nunca vá saber,

que no fim, eu estou pouco me fodendo,

pra como vamos terminar,

contanto que eu continue caminhando.

Talvez eu espere... mas só talvez.

estarei por aí, no entanto.

ruminando os meus sonhos,

e os meus versos,

se interesse você em lê-los,

ou não.

seguirei andando

anacrônico, renitente,

como as pedras

das ruas do Recife Antigo

teimoso demais,

para parar,

velho demais,

para caminhar

contigo.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 05/08/2022
Código do texto: T7575710
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