Vento
Os ventos sopram para o norte, de onde vem a morte.
Silêncioso, sem pressa, ao meu pescoço ele aperta.
Vem com o sorriso estampado em seu rosto pálido, acompanhado pela miséria... Vem acompanhado de uma tarde sangrenta que revela todos os segredos.
E os 48 poemas de dor e amor em mim fogem, e me deixam completamente nú, esperando a morte me cobrir até não respirar mais.
Sinto cada vez mais perto os ventos, e lá se vão os meus medos... Sinto a morte em meu corpo, como a chuva generosa que cai e me torna carinhosa.
A muralha não deterá o destino, então deixem-o vir, deixem o vento soprar em meu ouvido surdo.