Vento

Os ventos sopram para o norte, de onde vem a morte.

Silêncioso, sem pressa, ao meu pescoço ele aperta.

Vem com o sorriso estampado em seu rosto pálido, acompanhado pela miséria... Vem acompanhado de uma tarde sangrenta que revela todos os segredos.

E os 48 poemas de dor e amor em mim fogem, e me deixam completamente nú, esperando a morte me cobrir até não respirar mais.

Sinto cada vez mais perto os ventos, e lá se vão os meus medos... Sinto a morte em meu corpo, como a chuva generosa que cai e me torna carinhosa.

A muralha não deterá o destino, então deixem-o vir, deixem o vento soprar em meu ouvido surdo.

darkbook
Enviado por darkbook em 03/08/2022
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