OS DIAS SOLUÇAM
Dorme dentro de mim
o anjo proscrito:
aquele que nunca se doma.
Dorme em nós, os amantes,
a quietude confessional
à espera dos dias,
enquanto caça e caçador.
Sapatos cansados
consolam o corpo gasto
e permanece o tolo a soluçar no poema.
Confessionário sem sacerdote,
dormem nomes, entreatos irrevelados.
Família à antiga,
sinos dissonantes, censuras,
lamúrias sobre o pecado original.
Louvemos a surrada ária no amor em Cristo:
— Amai-vos!
Que seja este o canto!
– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2007/2009.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/757300