Brutal
É quase uma dor, um despertar depois do torpor,
... que alimenta todas as vertentes desse sentir eloquente, a banhar-me como milhões de estrelas que tocam a pele, iluminando esta alma que anela sentir
desnudar-se, desfazer-se em frenesí
É brutal este e outros sentimentos que reverberam até os confins do "ser" molhando a face e tantos outros lagares
Um desejo pungente em ser mais, querer além daquilo que se possa alcançar, impossível discernir esse jeito louco e tão meu de querer se aprofundar,
... fulgor que atravessa a carne
que adentra pórticos deste (a)mar sem coibir
que dilacera até o ápice,
Povoa por entre minhas incertezas, não há como fugir, ainda que ande pela escuridão, traz-me à tona, em pedaços me toma pra si, és a morada para min'alma habitar, desfaz e refaz meu passos
Esperas, reticências fazem-se cruciais, perante o sábio tempo que em nada cura todos nossos "ais"
Brutal é a espera, extremo sentir que nem o tempo delega
Brutal é a poesia que nasce e sangra de tantos divagos, seguindo seu curso, transbordando pelos cantos obscuros desbravando sem medo outros rumos ao encontro do inesperado.