CANDURAS
São tantas, as centelhas nos olhares
Trocados com encantadora inocência,
Que chamuscam álacres, gostosamente,
As sementes de amor, no amor cultivadas.
São francas, as labaredas nos sorrisos
Adjetivados com amabilidades e sins,
Que derrubam barreiras, fervorosamente,
Em iminente desejo, no desejo acolhidas.
São santas, as vontades de doar e receber,
Inermes nas canduras do mavioso prazer.
Que nutrem as almas, deveras gêmeas,
No consentir em vida, por vida, abençoados.