O desespero cega, a esperança guia!...
Euna Britto de Oliveira
Coisas que colho ao acaso...
Panelas vazias, mesmo que brilhem, são tristes, se há fome...
O baile das amendoeiras acontece quando há vento!
Gingam, gingam...
E desarrumam as galhas
Antes, quietas.
Pintados de sangue,
O mar e o mangue...
Caranguejos fervilham no barro cor de chumbo
E são apanhados para o prato dos nativos...
A população de morcegos herbívoros no sótão,
Não sei se faz medo ou nojo.
O que faria com um rinoceronte que viesse a me pertencer?
E com um hipopótamo?...
Uns sofrimentos chegam.
Outros, a gente vai atrás...
Atrasado, o trem chegou
Com passagens, sem passageiros...
Não se arrepende a hora da história
Em que se cruzaram certos caminhos
E se trocaram certos carinhos...
O desespero cega,
A esperança guia...