ODE À VIDA
Vida, essa coisa intrigante,
atulhada de ciladas e agrados,
nunca se diz cabisbaixa,
nunca se faz saciada.
Vida, anjo desenfreado.
seus cheiros acuam medos,
seus passos fazem o tempo revirar.
Vida, de ventos avessos, desenfreados,
só entardece quando der na telha,
só alvoroça quando Deus inquietar.
Vida, pródiga folia,
esperta matriz de sonhos tantos,
teta suculenta a nos saciar, nos embalar.
Vida, ferrolho desanuviado,
de garras sempre atentas, sempre fugazes,
de alma tão aguerrida, tão estonteante.
Vida, relampeja destrinchando os poréns,
vale a pena sempre, sempre e sempre.