ODE À VIDA

Vida, essa coisa intrigante,

atulhada de ciladas e agrados,

nunca se diz cabisbaixa,

nunca se faz saciada.

Vida, anjo desenfreado.

seus cheiros acuam medos,

seus passos fazem o tempo revirar.

Vida, de ventos avessos, desenfreados,

só entardece quando der na telha,

só alvoroça quando Deus inquietar.

Vida, pródiga folia,

esperta matriz de sonhos tantos,

teta suculenta a nos saciar, nos embalar.

Vida, ferrolho desanuviado,

de garras sempre atentas, sempre fugazes,

de alma tão aguerrida, tão estonteante.

Vida, relampeja destrinchando os poréns,

vale a pena sempre, sempre e sempre.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 30/07/2022
Código do texto: T7570954
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