OS MUROS
Ah ! Os muros...
Se soubessemos como são altos !
Como são pesadas as pedras
com que os erguemos ao nosso redor...
E frias, as sombras protetoras
esculpidas no silêncio
deixado no vento
pela ausência dos outros...
E quentes, as faces do outro lado,
onde saudades murmuram flores,
exibindo-se despudoradas,
intoxicadas de seivas
e amores...
No outro lado dos muros,
o tempo conta-se,
devagarinho !
Novembro, 2007