Órfão

Os poetas existem devido a noite os deixarem livres e caudalosos

Como pensamento sem alusão

Nas palavras que o cega e corta sem pudor

Como brisa que morre livremente

Quando a poeira se encontra ao vento

No rio turvo da ilusão.

Como fogo que queima sem furor

Como erva sem alucinação

Na saudade órfã da compaixão

Como navalha que afina o coração

No abraço sem direção...