QUE ME LIVREM

Que me livrem dos meus risos ocos, das minhas mãos vazias,

dos meus pés assustados, do meu bem-querer quebrado.

Que me livrem das minhas ilusões rasantes, dos meus senões teimosos,

das minhas rédeas falidas, dos meus valores encardidos.

Que me livrem dos meus olhos esquivos, das minhas ternuras aflitas,

dos meus suores injustos, das minhas verdades trêmulas.

Que me livrem das minhas asas encardidas, dos meus poentes surrados,

das minhas sombras indevidas, dos meus versos rasos.

Que me livrem das minhas dores tontas, dos meus porões desconhecidos,

das minhas esperas mancas, dos meus frutos ingratos.

Que me livrem das minhas garras falhas, dos meus amores vãos,

das minhas dúvidas eternas, das minhas mortes insanas.

 

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 28/07/2022
Código do texto: T7569499
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