Ao carteiro

Aos moldes antigos me deparo

Tão repleto de surpresa e zelo.

Presto atenção, paro, reparo

Penso: Escrever-te ou escrevê-lo?

Escrevê-lo, certo, não poderia

Mal sei de ti, quanto mais sê-lo.

Será real, será mera fantasia?

Sendo irreal, como sabê-lo?

Eu que escrevo como alma antiga,

Ofertando aos viajores da jornada

Um soneto, um cordel, uma cantiga,

Uma rima torta numa noite estrelada.

Deixo a palavra de poeta que sou

Saudar a livre palavra tua.

Aquela que tão livre já voou

Até as estrelas, os mares e alua.

Que seja bento teu caminhar

E que a vida possa retribuir

Todo teu gesto de se doar

E de deixar, palavra partir.

Cordialmente,

Afloralafora.

Carta poética dedicada ao projeto "Texto p/ presente" criado pelo autor da página @soneto.mecanico no instagram

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Aflora la Fora
Enviado por Aflora la Fora em 27/07/2022
Código do texto: T7569310
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