SILÊNCIOS E VÉSPERAS
É do silêncio que ouço o verso,
criado entre o som e o berro,
que aprendeu da esquina quieta:
ninguém está do jeito que parece;
sonho entender o seu dialeto,
muito além do próprio alfabeto,
algo transformado na passarela
do que se quer, não do que se escreve.
Sempre pertíssimo das dezessete,
lápis na mão, emboçando o verbo
na folha cheia de cinzas e restos,
em palhas retidas da outra véspera.
Quando não há saída, nu na guerra
— vivo, de onde tudo se enterra.