Sendas Selvagens

Naquele lugar selvagem

Daquela noite, em que os teus olhos ascendiam

Em que tua boca mordia de uma fome

E que o teu corpo sangrava de desejos

Em que a areia era nossa estadia

O mar nosso quadro da sala de estar

Em que a lua tímida cumpre-se das horas vagava,

Nos fazia companhia

E as árvores, em seu silêncio mavioso ouviam

Você me dizer ...

Ensandecidas vezes...

Minha vida, eu te amo.

Eu te sentia...

O que o meu corpo com o teu fazia...

Era a harmonia

Dessa sinfonia eterna

Onde você sussurrando me dizia

O que eu traduzia em ósculos profundos

Que nos exauriam as forças

Que deixava você, indubitavelmente louca.

Nós numa ilha, que dormia

Jurávamos incondicionalmente

Sermos mais do que uma aventura...

Sermos além de silvos, suor, gemidos e fantasias

No apagar da luzes

Quando o amanhecer discernia o dia

Em que me permitias ser mais do que a ousadia

Éramos, enfim a raiz dessa arte,

Que até os dias de hoje vive.

E que mesmo longe

Lateja como as ondas a beira da praia...

A ir e vir nos finais de tarde.