Um rato passeava
Um rato passeava
Sobre as luzes de uma estrela
Uma moça se escondia
Nas encostas de um caminho
As onças da fome
Caçaram um velho mendigo
Que ancorava sua pobreza
Nas grades da catedral
Súbitos rumores
Abafavam a luz do sol
Tremulando no crepúsculo
A aguda farra dos insanos
Dançando sobre a carcaça
De um rinoceronte de bronze
Pronto para o fim
Cavalgando sobre o infortúnio
Um homem vestido de jade
Mas seu coração
Com fortes laços de afeto
Aferrava-se ainda
Aos contratos sociais
Enquanto as sílabas da solidão
Gargalhando dunas frias
Envolviam como gelo
A pele os lábios e os olhos
Da multidão desencontrada