Das amizades que não se vão.

Se o acaso nos trouxer uma lembrança de infância.

De quando crianças tropeçávamos a esmo

sem destino entre nossas casas.

Não se incomode.

O tempo que passa aqui

também aí se oferece de graça.

Meu tempo não tem preço.

Seu valor não tem tamanho.

Meu cabelo castanho, que já foi colorido,

entra pelos teus ouvidos quando nos abraçamos.

Não se incomode.

A morte não é se não uma guerreira cansada.

Sua caminhada pelas trincheiras é exaustiva.

A morte nunca foi precavida.

Rasga-se inteira no arame farpado.

A solavancos viaja pelo mundo.

Do príncipe ao notívago vagabundo.

A morte não é seletiva.

Tão pouco inimiga.

Se um dia tiveres a oportunidade de um chá da tarde

convide-a ao descanso.

Manso é o homem que respeita a finitude.

Se aquieta no silêncio da fatalidade e aceita o livramento.

Não se incomode.

Que o tempo traz memórias manhosas da infância.

de quando crianças tão cheias de tudo

não saíamos do caminho entre nossas casas.

Você procurava uma amiga.

Eu procurava uma fada.

@literuaitura