DEZ PONTO ZERO

Sim, você é a tirana absoluta dos meus versos,

manda e desmanda, pinta e borda, e acontece.

Às dezessete e seis, na fumaça da tarde quieta,

o volume máximo das caixas não reverberam

esse terremoto dez ponto zero, desde as pernas

até ao bucho mais escuro que a gente carrega…

E mergulho em toda a poesia encarnada na neve

fina da sua pele — que nem Deus tem a maquete.

O morro permite que um bege claro o acoberte,

mas só pela metade, pois na outra, prevalecem

os tons das ardósias que ladrilham os alicerces

predominantes no quadro vivo da minha janela.

Onde está mesmo a tal palavra, tão longe e perto?

E às dezoito, fecham cedo os amarelos do inverno.