CELULAR: aparelho invasor
textos juntados e republicados
1- HOSPITAL COM O CELULAR NA MÃO
Decassílabos de Valdir Loureiro
Celular é uma doença no hospital,
caso os seus profissionais trabalhem
na telinha com a qual se atrapalhem,
conversando com outro pessoal.
Não conseguem botar ponto final
no contato que estejam costurando?
Como máquinas humanas, vão errando
a dosagem e a hora do remédio?
Se aparelho na mão faz intermédio
entre a desatenção e o tratamento,
é melhor ter no funcionamento
a função de chamada de atenção
ao doente, e não à conversação.
Mas, talvez, esse mal não tenha cura
nem que chegue um doente à sepultura
pela falha de um celular na mão.
Valdir Loureiro
Versificação acima com 16 decassílabos (versos de 10 sílabas métricas), rimas interpoladas (abba accd deef fggf), no ritmo do seguinte verso: quem me fez tem o dom de ser bom pai.
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2- CELULAR NA MÃO
Hendecassílabos de Valdir Loureiro
O celular é um aparelho invasor
que “entra, rasgando” no meio da gente,
quando um despachante ou um médico e atendente
estão a serviço do interlocutor.
Incomoda até no "silenciador" —
enquanto a pessoa trabalha ou conversa.
Desvia a atenção ou distrai e dispersa...
transtorno e acidente, poderá causar...
Em algum ofício, é proibido usar,
mas, em outro, "aumenta a fofoca que espalha".
Por isso, dá raiva, perturba e atrapalha
o uso indevido de um celular.
Valdir Loureiro
Nota ao leitor menos versado:
o texto acima é um poemeto com 3 quartetos de versos hendecassílabos (11 sílabas métricas) e rimas intercaladas (abba-accd-deed), ritmados como no seguinte verso: não sei quem me fez tão bom que não prestei.