"O MAR" Poema de: Flávio Cavalcante
O MAR
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
A brisa gélida que vem do mar
Arrepia a pele em noite friorenta
Um caldo quente e um bom paladar
E a coberta que meu corpo esquenta
II
A sensação de não querer deixar a cama
Ouvindo o açoite do vento visitante
Deixou o orvalho espalhado na grama
Na solidão que por ventura é minha amante
III
O sofreguidão não me deixa acordar pra vida
Estático permaneço embaixo dos cobertores
Espero que passe o frio pra começar a lida
De uma batalha cheia de manchas e dores
IV
Que venha a brisa pra baixar o grande calor
Mas sem maltratar que venha sem fúria
Traga desse mar todo sentimento de amor
Seja aprazível de muito prazer e sem injúria
V
Temores que afligem da brisa que vem do mar
Numa tarde de toda uma paisagem sorumbática
Um chá fresco quente e um papo pra começar
Conversas em dia sem teor e sem muita prática
VI
Sem palavras, sem ação e sem nenhuma intenção
Sentados na varanda, amigos respiram o bom ar
As falácias surgem sem nenhuma pretensão
Inspirações de uma brisa que vem do além-mar