A filosofia de uma vida imutável
E se por acaso um dia
Eu vier a me esquecer
Dessa vida que carrego
A natureza que compõe o ser
Deixar morrer quem vive em mim
Para outra existência conhecer.
Talvez eu me alegrasse
Em assumir uma nova versão
É como Nietzsche mesmo falava
Superar a si mesmo em qualquer situação
Experimentar a arrogância do mundo
Sem arragar-se a fundo
Na falsa ideia da razão.
Aliás o que é a razão?
Senão a própria traição da mente
Não é pra parecer filosófico
Mas para ser diferente
Das respostas que costumam nos dar
Quando tentam explicar
Que a razão é o que nos torna conscientes.
É tanta racionalidade
Beirando à alucinação
Que acabamos por acreditar
Na inutilidade da emoção
Tornando-nos frios e miseráveis
No território do nosso próprio coração.