O HOMEM DO 132
na porta não passava
da casa não saía
crescia para dentro
e a cada parede que caía
acomodava melhor seu corpo de leão marinho
cegou todas as janelas
a luz não acendia
fez da sala seu centro
e diariamente se expandia
como se habitasse todo um continente sozinho
e assim só com as paredes de fora
passava os dias
e as noites que como alento
traziam luas luzidias
e sonhos de que era consolado pela hera do muro vizinho