minha poesia
são as palavras
que me desmancham
e me diluem
num mesmo rio.
onde me banho
de madrugada
eternamente
e não há frio.
sou borboleta e
vou sobrevoando
quando eu escrevo
mais uma vez.
e quando eu acho
que estou cansada
uma palavra
me faz de réu —
assim escrevo
a mesma mágoa
a poesia amarga
em um papel.
com minha escrita
me descompasso
me reconheço
num belo acorde —
e vejo a paz
em tons de azul
na minha frente
com tanta sorte.