PROCESSO

Pesa-me o manto de terra...

Sou pássaro e não posso voar...

Quero gritar, mas... calo-me...

Enovelo-me...

Exaustão me prostra...

Ostra que queria a leveza da pluma...

Em brumas, todo o meu ser...

Fio no emaranhado...

Refém da lucidez...

Não posso fugir,

Nem mudar o prazo...

Há o descaso da sorte

Que nega a vida

Sonega a morte...

Agonizante à falta de um riso...

Ou o consolo de uma lágrima...

Dádiva divina houvesse,

transfigurava-me!

Tusso...

Tosse de engasgo...

Devo conferir o processo...

E anestesia

Só a da poesia...