O subsolo que há em mim
Encontrei-me preso às coisas.
Que horrível descoberta.
Seria melhor continuar
com a liberdade inexperta
de quem vive sem pensar
sobre aquilo que disserta.
Não ligo para os outros, não.
Cada crânio guarda um cérebro
repleto de engrenagens,
compondo uma paisagem
e escrevendo a carta aberta
pela qual a alma deserta
encontra um oásis ideográfico.
O que me entristece sou eu.
Sou eu também narciso.
Olhando o mundo pelas lentes
de quem sente a dor do siso
e resmunga. Não pelos dentes,
mas pelo prazer do aviso.