Poesia sem letra "O"

Ave de rapina, 

que espreita nas alturas.

Águia das garras afiadas prestes a me seduzir.

Paira de asas abertas em face à presa.

Minha mente teme a nudez das tuas vaidades à luz das tuas chamas inebriantes.

Vestes das tuas plumagens,

Impregnadas de essências e perfumes.

Ave furtiva que me deseja em caça.

Beleza alada que se mistura às nuvens,

que sacia sua sede de amar nas cisternas íntimas da minha alma lírica.

Ave de rapina,

que de garras ávidas,

despedaça minha virilidade para se nutrir da seiva da minha essência que se refaz em chamas.

Alma bravia intensa,

audaz.

Ave de rapina,

minha alma gêmea,

minha sina fatal.

Emerson Balbueno