ASSOPRANDO AS VELAS
Assopro as velas
de meus cinquenta anos
como quem assopra
a cinza das horas,
a poeira do tempo,
as folhas descartadas
dos calendários da vida.
Saúdo a maturidade
como quem saúda
uma nova amiga
que o tempo me outorgou.
Caminharemos juntos
fazendo novos planos,
medindo a necessidade,
avaliando a razão
e a força de meus passos.
Pronto para o aprendizado,
na escola da vida,
hei de aprender o que for útil
e desaprender o que não serve
para minha evolução
como poeta e cidadão.
E assim comemoro
Esta nova fase da vida,
entre alguns enganos
de seres humanos,
assoprando as velas
de meus cinquenta anos.
— Antonio Costta