Saudade e medo
Tenho saudade das linhas do tempo
Dos trilhos dos trens que cortavam rios da infância
Me pego pensando com risos de criança
Ao escutar a saudade dos pássaros do meu lugar
A estação desativada e parte dos trilhos mortos
Entristecem as gentes que acordavam
Com o passar do trem como despertador...
Os rios choram o abandono e o pouco caso
Os pássaros voaram ainda na juventude
Para longe dos nossos ouvidos
Se embrenharam na mata quase virgem
Que também sofre com a involução humana
Tenho saudade e medo de o tempo
Simplesmente se ensurdecer, se afastar
Dar fim ao mundo nosso de cada dia
E deixar a humanidade à beira do colapso