Saudade e medo

Tenho saudade das linhas do tempo

Dos trilhos dos trens que cortavam rios da infância

Me pego pensando com risos de criança

Ao escutar a saudade dos pássaros do meu lugar

A estação desativada e parte dos trilhos mortos

Entristecem as gentes que acordavam

Com o passar do trem como despertador...

Os rios choram o abandono e o pouco caso

Os pássaros voaram ainda na juventude

Para longe dos nossos ouvidos

Se embrenharam na mata quase virgem

Que também sofre com a involução humana

Tenho saudade e medo de o tempo

Simplesmente se ensurdecer, se afastar

Dar fim ao mundo nosso de cada dia

E deixar a humanidade à beira do colapso

Luciano Villalba Neto
Enviado por Luciano Villalba Neto em 12/07/2022
Reeditado em 30/11/2022
Código do texto: T7557957
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