ORBITANDO
ORBITANDO
Sigo orbitando
Acumulando bagagem
Abraçando a esperança
Nessa desesperança perimetral
De línguas de Babel
Suportando dores de iguais
Em tantas desigualdades
Resignação nem pensar
Salvo em lapsos de momentos
De tempestades e calmarias
Que independem de minha vontade
De olhos cerrados penso na vida
Na perpetuidade ilusória
Apartado da realidade
Que vai corroendo a carne
Jogando por terra os gostos
De todos os amores
Marcas e cicatrizes
Cantos de perdizes
Entre dores e flores
Vontade de ir embora
Jogando tudo fora
Noves fora amores e paixões
Que preencheram vazios
Quais enchentes de rios
Solapando margens ressecadas
Que depois de umedecidas
Voltaram à secura
E na terra dura
Pisei espaços espraiados
Para finalmente
Aportar em lugar algum