EU VI
Eu vi um clarão no céu,
Quanta alegria,
Pensei que fosse o sinal
Que há muito anúnciou;
Mas foi alguém festejando
Mais um filho que nascia.
Eu vi a água surgindo
Do meio das pedras,
A fruta que caiu do pé
Para que o ciclo se estabeleça;
O tiro de um criminoso
Em sua própria cabeça.
Eu vi a casa ser construída
Bem no centro da baixada,
E logo nas primeiras chuvas
Pela correnteza ser arrastada;
A mulher ficar chorando
Por perder sua morada.
Eu vi o homem estudando
Para ser alguém na vida,
Atrás do poder e do luxo
Provocar sua desgraçensa;
Discordar das coisas boas
Pelas ruim fazer insistência.
Eu vi as coisas virar ao avesso
Assim da noite Para o dia,
Quem era para orientar e ajudar
Virou às costas fez covardia;
Ao invés de estender a mão
Tirou da mão de quem tinha.
Eu vi até um maluco
Dizer que vacina mata,
Que contaminação salva
E muita gente acreditando;
A ciência sendo atacada
Vi muita gente morrendo.