Resiliência
Eric do Vale
O rosto inchado com os olhos
Lacrimejando incessantemente,
Em seus ouvidos ecoam
Uma voz que lhe diz:
"Não tenha medo.",
Mas como não ter?
De uma hora para outra,
Aqueles brinquedos
Foram estilhaçados,
Como não ter medo?
Aquela bolha, depois de estourada,
O deixou sem eira nem beira,
No meio daquela estrada
O que era tão importante
Lhe foi retirado de tal maneira,
Que o que parecia não ter
Nenhuma importância
Passou a ser tão relevante.
E por mais que pensa
Já ter tudo superado,
Mal faz ideia de que
Ainda existirão
Percalsos pelos quais
Ainda atravessarão.
Por isso, não tenha medo
E ainda que mais tenebroso
Pareça, não tenha medo!