ALMA A DENTRO
Vou sozinha, sem medo.
Tantas vezes já fiz e refiz
o caminho da minh’alma...
Mas sempre é tão cedo:
nesta viagem sou aprendiz,
preciso de muita calma.
De cada vez separo
o que precisa de reparo,
o que não presta,
o que ainda me resta.
Guardo o que me convém:
segredos ad diem.
Reviro os cantinhos,
refaço caminhos,
vou além... Corajosa,
me reviro pelo avesso,
volto ao começo, procuro.
Não medro o escuro.
Conheço-me tão pouco ainda...
A viagem, dolorosa, não finda.
Há muito o que fazer e aprender
para chegar ao âmago de mim.
Prossigo. Insisto. Não posso me perder
do encontro comigo mesma, ao fim.
(para o Poesia on-line em 27/11/07)