Tons cinza
Todas as vontades,
Chamam por ti,
Nesse despir da carne
O desejo invade,
O medo não bane,
Chamo-te em desespero,
Esses seus tons eu quero,
Moldar-te com tempero,
Aos gritos da minha fome,
Aflita ansiedade de tocar-te,
Voraz desejo me consome,
Como não a(mar),
Se é nas suas ondas onde me perco,
É nos seus gemidos que me conforto,
Quero atracar no seu porto,
Nutrir de sensação a língua
No contraste de sabor da uva,
Lambuzo-me nesse néctar,
Como se o mundo fosse acabar,
Sou o colibri da sua flor,
Sugando-te o pólen com amor,
Encontro em ti todos os sentidos,
Revelo-te os segredos,
Onde as paredes testemunham,
Apalpo em jeito as tépalas com os dedos,
Na comunicação do tacto e a pele,
Que o medo não nos impede,
Soltar os lânguidos de nós mesmos,
E que não seja sempre oculto o nosso sentir,
Adoro ver-te a florir,
Amantes em segredo,
O que ninguém sabe, só silêncio conhece,
Nenhum de nós há-de contar,
Nem as paredes hão-de confessar,
O incêndio que causamos entre lençóis,
Este segredo, só pertence a nós (...)
(M&M)