dei risos ao meio sol avermelhado
para esquecer as dores da alma
naufraguei dentro dos meus oceanos
em mares que não conhecia
um encontro com meu eu foi coincidência
de tardes quentes de verão
num dezembro de ingratidões
os vermes nos comem a carne do corpo
as pessoas malvadas nos comem as estranhezas
elas que nos diferenciam da mesmice do saber demais
quem me dera virar um asteroide
colidir com as mentiras dos falsos profetas
que inventam deuses nas suas igrejas de ouro
a minha morte foi sem despedidas
todos me mataram à luz do dia
depois eu chorei junto com as velas que me acenderam
visto covardias e mato seco pra dormir