Clímax à flor da pele

Olhos, me encaram sem medos

Mãos, se encontram nas vielas dos dedos

Bocas, me sussurram segredos

Narizes, se cruzam em cheiros doces e azedos.

Bebês, aqui se fazem, aqui se vê

Crianças, fazem aquilo que veem na tevê

Adultos, perdem-se em amores privê

Idosos, encenam um romance clichê.

Caminho, caminho mais à frente

Contente, deixo escapar um olhar desviado; insolente

Sou, suo no calor do momento de repente

Mente, palavras que ricocheteiam em minha mente.

Fugaz, me leva como o vento

Sagaz, me manda, eu invento

Voraz, me consome sem sentimento

Sentirás na pele, o meu lamento.

Ineficaz, me chama que eu venho

Capaz, me dê o que eu já tenho

Cartaz, me exponha que eu me abstenho

Para trás! Não se aproxime, eu desdenho.

Farás, de mim teu brinquedo

Doerás em silêncio o teu corte

Não ouvirás nada, pois calar-me-ei até a morte.

Cairás, como uma estrela cadente

Sorrirás em silencio de um beijo

Não tocarás o meu corpo, até que eu desfaça o meu desejo.