ALTA MADRUGADA
Não há ninguém na rua.
As calçadas vazias,
As portas fechadas
E as luzes apagadas.
Só a lua me olha
E eu olho a lua,
Que nua, clareia a rua.
Na alta madrugada
Toca meu rosto o vento
E a lua, por estar nua,
Se esconde a todo momento.
Na rua, cai a neblina
Que molha meus cabelos
Que molha meu rosto
Molha todo meu corpo.
Longe, de muito longe
Vem o som de violão;
E sinto que é hora
De fugir da solidão.