Poeta cansado
Poeta cansado (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
O poeta cansou
E em seu trono não se sentou.
Achava tudo triste
Nem mesmo a alegria de alimentar os pássaros com alpiste.
É o fim da vida literária
Mesmo com medo da malária.
Acabou tudo...
Queria ficar mudo.
Parou no tempo
E observou o sapo
Que pulava de um lado para o outro
Parecia querer biscoito.
As formiguinhas cruzavam o chão apressadas
E esperavam dias de geadas...
A caneta acabou a tinta
Aquela, que o transforma, em “Pinta”.
O caderno, ele rasgou...
Quis levá-lo ao fogo,
Mas sentiu não ser bobo,
Jogando seus poemas no lixo
Sem o olhar fixo.
Parou e pensou
Que a vida ainda é bela.
Lembrou-se da personagem Estela,
Aquela que parecia a linda estrela
Que nascia às cinco horas da manhã...