Fora do ponto de origem
Orbito minhas estrelas,
Orbito meu sol,
Orbito todos os planetas,
Orbito e só.
É como uma lei,
Como se um rei,
Ou um DJ,
Como se penalizasse, reinasse, tocasse uma música e só.
Se de Marte vieres,
D’onde venho então?
Onde estão teus alicerces?
Em minha mente, fadou-se um vão.
Um vão oculto,
Algo que só caberia no meu coração,
Porque nele viveu um luto,
E pouco a pouco foi se dilacerando desde então.
De gorjetas vive um homem-abundante
De migalhas vive um homem-escasso
Abundante de ambições, escasso de amor.
É nesse pequeno gigante planeta azul que vivemos,
Gigante para nós, pequeno para o universo
Gigante pequeno para aquele que em meu corpo habita neste multiverso.
Um astro-ser não nasce livre, mas conquista sua pequena porção da “liberdade”,
Tão efêmera quanto o que chamamos de “felicidade”,
Tão complexa quanto o que chamamos de “sentimento”.
Uns nascem em um ponto específico, outros na origem;
Uns fora dos eixos, outros brincam com as curvas;
No fim, eles dizem: deriva-te! integra-te! deriva-te! integra-te!
E quando perceberes, estás parametrizado
Não que esse seja o seu objetivo ou que tenhas autorizado,
Mas talvez, “a coisa certa a fazer”.
Fazendo “a coisa certa” estás de volta à origem,
Mas quando pensas sequer em diferenciabilidade,
Estás a cair em órbita novamente.