Vislumbre

Desperta agora

Caminho sem rumo

Meus pés parecem conduzir-me querer

E isso é bonito

Isso é bom.

Eu vim de outro plano,

De um sono acordei

E vislumbres inundaram-me

Olhos e alma

Vislumbres do além.

Deslumbrantes alamedas

E flores selvagens

Do tipo que nascem entrelaçadas

Outras distantes e independentes.

Eu sinto, enquanto ando

Um cheiro de melancolia

Que aos ossos se apega

Mas de olhos bem abertos

Observo o desabrochar de flores

Em tempo real.

Eu nunca vi algo tão envolvente

Pois envolta em meu sozinho ser

Fora de mim há um mundo também

Um mundo que quer-se ser sentido

E descoberto.

As flores me sorriem e seus olhos

Atentos e cintilantes se fazem

Ouço uma canção

É a canção das flores!

Perfumada, uníssona, belíssima, vivaz.

Neste plano onde me encontro

Atentei que não quero mais fechar os olhos

Pois sei que ao abri-los

Acordarei em meu leito frio

Num mundo onde flores não cantam

Não sorriem

Não tem visão.

Num mundo onde elas, assim como eu

São mortais.

Ligeia Amanna
Enviado por Ligeia Amanna em 01/07/2022
Código do texto: T7550335
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