DECIFRA-ME!
Há de me decifrar se sensibilidade tiver,
de me contemplar nua, por trás das minhas palavras!
Há de enxergar lágrimas sofridas em risos escancarados
e há de perceber meu deboche no seu pesar por dores inexistentes...
DECIFRA-ME!
O que sou diante dos seus olhos que percorrem, ansiosos, essas palavras?
SIM, SOU PALAVRAS!
Ditas, malditas, benditas, sanas e insanas!
PALAVRAS!
Sou o que quero ser, no meu expressar poético ou patético!
Sou letras que unidas transbordam do meu pensamento
guiando os seus pensamentos
para o caminho que decido que eles sigam!
Sou o que quero ser
independente do que realmente sou!
Pouco me importo se o seu julgo é bom ou ruim:
A mim basta ser eu mesma, sendo o que não sou!
Sente-se ofendido ou desprezado?
Não se sinta!
Brinco com as palavras!
Estamos no RECANTO, no ninho dos expressadores de sentimentos
verdadeiros, falsos, utópicos... SURREAIS!
Somos os usuários viciados em palavras!
Estou sorrindo agora!
MENTIRA!
Estou jorrando pelos poros lágrimas sangrentas de um amor
INEXISTENTE!
Não, não quero que me decifre!
Antes e sobretudo
tenho a missão que urge
em decifrar suas próprias palavras.