não sei amar pouco e nem gosto de migalhas
meu amor é demasiado, transborda do copo, vira enchente na alma do outro e sai derrubando tudo o que encontra pela frente
gosto dos exageros, dos gigantes, dos oceanos e do infinito das coisas
não nasci para querer bem de pouquinho
explodo feito dinamite nos corações despreparados de um amor tão grande amor
costuro um mil lençóis por dia
entre as tranças e os cachos da infância está o meu medo das pessoas de mentira
todo aquele que diz te amar um dia te odiará... sim, um dia
é o crime dos amantes o ódio
também é uma forma de matar aos poucos o que não mais importa
as flores também odeiam e matam
é o jogo da vida... é a luta pela sobrevivência
às minhas perdas acendo velas, mas elas se apagam logo
estou como uma cidade abandonada por dentro
tudo veio ao chão e as pessoas que eu amava fugiram de mim
o asilo é aqui dentro da minha alma
talvez um soldado em guerra saiba o que sinto
minhas fronteiras foram tomadas pelo inimigo que chegou de mansinho
quem nina muito também bate bastante
é o moinho do bem viver... vai rodando o que souber ser melhor na arte da mentira
porque o sol sabe a hora e o local onde está a sua vítima

Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 30/06/2022
Código do texto: T7549540
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