Alma pequena
Alma pequena
Podem os olhos nublarem
Podem os lábios selarem
Podem as mãos se cruzarem
E o mar chacoalhar suas águas
Espumar seu ímpeto na praia
Pode o vento prender-se as árvores
Libertar folhas ingênuas ao acaso
Podem as ruas se fartarem de gente
Podem as esquinas se perderem de vista
Podem as margens da vida uma vida sofrida
De olhos ressequidos em deserto profundo
De lábios mudos desprovidos de palavras
De mãos sem serventia para afagos
De um olhar perdido entre o céu e o mar
Como folhas libertas sem destino
Entre pernas e pernas se perderem nas esquinas...apenas sem pena, fugidia.