ABRO A JANELA
ABRO A JANELA
Abro a janela
Respiro o ar quadrado
Olho a luz sem sol
Sinto o cheiro incolor
Que emana do chão úmido
Uma folha morta desfila
No vento que a empurra
Nuvens de formas disformes
Não permite imaginar figuras
A palidez cinza do dia
Pede um café adocicado
Para afastar a preguiça
De olhar figurinos que passam
Com seus destinos privados
Assim como os sem destino
Em seus pedires pelo amor de deus
Que está em férias ou aposentado
Depois de tanto trabalho
Cheio de inutilidade
O mundo gira gira
Mas os giros são insuficientes
Para alguma humanidade
Sem a corriqueira desumanidade