Circulo as quadras

Circulo pelas quadras

Seguidamente encontro com as ruas que passei momentos antes

Enquanto bordo penso no encontro das linhas e das cores, por vezes evitando os nós no verso e linhas contínuas tentando escapar dos recomeços!

Pontilhado, dando cor, textura ao desenho de lápis

As vez mal consigo enxergar, falta luz

O desenho não pode ser forte demais

O bordado é inconstante, suave

Construído de perfurações, linhas capazes de tantas formas e nós!

Olhando no mapa, que guia meu trabalho nesse momento

Vejo quase sempre os quadrados grudados e contornados por linhas fortes e contínuas

E no caminhar, ando no desconhecido, atento aos encontros e percepções

Como uma colcha de retalhos, engano pensar que é duro como um plano diretor

Caminhando pelas ruas, lembro das minhas costuras

Do pontilhado que tenho no peito, marcas que não quero esconder

Amostras de tantas que carrego dentro do peito ao logo do meu caminhar pela vida

Esse bordado nunca estará finalizado

Cada um faz um ponto

As vezes eh necessario cortar os fios

Tantas vezes perdi o fio da meada

Mas se amanhã tiver sol, continuarei na estrada

De peito aberto, secado as lágrimas

Cicatrizando

As batidas do coração avisam

Ainda há tempo de traçar linhas

Hoje foram poesia!

Tainã Dahlem
Enviado por Tainã Dahlem em 26/06/2022
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