Circulo as quadras
Circulo pelas quadras
Seguidamente encontro com as ruas que passei momentos antes
Enquanto bordo penso no encontro das linhas e das cores, por vezes evitando os nós no verso e linhas contínuas tentando escapar dos recomeços!
Pontilhado, dando cor, textura ao desenho de lápis
As vez mal consigo enxergar, falta luz
O desenho não pode ser forte demais
O bordado é inconstante, suave
Construído de perfurações, linhas capazes de tantas formas e nós!
Olhando no mapa, que guia meu trabalho nesse momento
Vejo quase sempre os quadrados grudados e contornados por linhas fortes e contínuas
E no caminhar, ando no desconhecido, atento aos encontros e percepções
Como uma colcha de retalhos, engano pensar que é duro como um plano diretor
Caminhando pelas ruas, lembro das minhas costuras
Do pontilhado que tenho no peito, marcas que não quero esconder
Amostras de tantas que carrego dentro do peito ao logo do meu caminhar pela vida
Esse bordado nunca estará finalizado
Cada um faz um ponto
As vezes eh necessario cortar os fios
Tantas vezes perdi o fio da meada
Mas se amanhã tiver sol, continuarei na estrada
De peito aberto, secado as lágrimas
Cicatrizando
As batidas do coração avisam
Ainda há tempo de traçar linhas
Hoje foram poesia!