Meu Cinzeiro
Meu cinzeiro tem
As cores
Dos olhos
Dela.
Este manchado
Com cinzas
Cicatrizadas
No cristal.
A fumaça faz
Uma sombra
Sem forma
Para esquecer
A forma
Dela...
Silencio
O silêncio
Com suspiros
Longos.
A chama
Me aquece
Como
Seus
Olhos
Faziam
No tempo viral de outrora.
Agora...
Lembranças buscam por uma forma:
Na saudade,
No retrato,
No reflexo...
Na fumaça!
Meu cinzeiro carrega
Histórias,
Contos,
Poemas...
Uma poesia vestal
Longínqua
Sem esperanças
Com o uivo artificial de amor.
O seu âmbar me olha de perto
Preocupado,
Com tristeza.
O dela não mais.
Mas eu ainda olho
Os dela,
Mesmo sem retorno,
Através da fumaça.