#nelremarlucinda Ela ali, sozinha com seus pensamentos:
Não é por ti que choro
é por mim
por este abandono
que me encontro
em que deixei a mim mesma
para ficar a pensar do que precisas,
em que posso te servir...
Dispus-me a esquecer dos meus anseios
desfiz-me dos meus desejos
Crueldade perpetrada por mim mesma
com um aval de machucar qualquer ser humano
que tenha um mínimo de sensibilidade
Dizer o que para mim mesma
um ser que se diminui a ponto de esquecer de si
para agradar a outrem
que não está como se diz, nem aí?
Mas, nada é tarde para mudar
ainda dá tempo de juntar os cacos
que restou da dignidade
olhar nos próprios olhos
e chamar a razão
e dizer ao meu coração que ele
tem que se aquietar
que amar é bom e saudável
desde que não se esqueça de si
nem por um instante
Lembrar " que amor com amor se paga",
se não, é melhor esquecer, que ele então se apague.
Afinal, como amar o outro de forma total
se não há um mínimo de racionalidade?
Sofrer por sofrer é doentio
Entrega total é perigoso
tem que haver limites
Não hei mais de chorar por mim
reescreverei a minha vida
Antes de agradar a quem quer que seja
irei atender aos meus apelos, anseios
e desejos...
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E então, se levanta e vai embora, com a cabeça levantada ...
(18/06/2017)
Raimunda Lucinda Martins