Tempo sem errata
A muito que deixamos de nos conhecer...
Houve muitos espaços, e poucos foram os tempos,
Morremos por causa dos egos,
Silêncios que não traziam prazer(es)
E hoje continuamos cegos,
Nossos braços, em desapegos,
E a saudade não dá sossegos,
Hei-de morrer só por partir,
Mas, o tempo quis assim,
E não há como fugir...
Ainda que não resistamos na dor,
Talvez, se o tempos soubesse o que era amor,
Mas, agora já é tão tarde,
Nem que gingues com sedução,
Perderam-se as vontades,
Não estamos no mesmo diapasão...
A corda já não toca a mesma sonata,
O tempo não faz errata,
Contam-se às vezes que viste partir,
Contam-se às vezes que me viste a chegar,
Pois, eu ainda cá estava para te amar,
Mas hoje, nem as ondas conhecem o seu mar,
As memórias estarão cheias de recordações,
E o tempo, como sempre se renovando,
Em cada estações...
Partirei ao som da última corneta,
Hei-de morrer, antes que a poesia
Ressuscita o poeta,
Onde não se entrelaçam sentimentos,
Hei-de morrer na sombra dos ventos,
No enigma dos seus lábios,
Pois, a muito que não conheço tal sabor,
Ainda restam dúvidas...
Caso queiras saber,
Se um dia soubemos quem fomos,
Mesmo antes de sermos,
A música continua a mesma,
Mas, quem a sente já é uma outra pessoa,
O tempo passou por nós,
Diante daquela proa,
O sentimento esquinou,
Mesmo que o amor se doa...
(M&M)