Sabor.
É fatalidade essa cegueira objetiva
Que nos forma e é pacífica por natureza,
Em convite que nos ameaça a cama
Na postura de uma devassa súplica,
Esse gosto de prazer animal
Em gozo espontâneo de perfumes,
Aromas de pureza e deleites,
Em grama de um colchão.
Poesia de sentimentos encostados
Nas encostas de relvas construídas
Em noites de beijos mansos,
Sabor de cereja em calda.
É estalo de quietude em sexos sedentos,
Reflexos no lago de êxtase com rumo certo,
Devido ao calor gerado
Por entranhas a realizar o desejo.