O VENTO.

Eu tinha acabado

de querer amarrar o vento,

ele subia a rua aturdindo

as casas, varria os papéis

do chão, elevava poeira,

sacudia roupas nos varais,

batia portões,

levantava as saias das arvores,

apagava o pito do velho,

Um bêbado tentava ouvir

o ruído da abelha na rosa.

O vento atrapalhou o silêncio

do bêbado,

preparei minhas cordas,

e recordei os nós,

joguei o laço, mas o vento

passou por baixo,

ele varria o cheiro do tempo

que decorava o quadro,

a parede me olhou,

e teve pena de mim.

O bêbado continuou seus passos,

o vento seguiu os vales,

eu deixo essa página

para provar que passei por aqui...

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 17/06/2022
Código do texto: T7539909
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