O VENTO.
Eu tinha acabado
de querer amarrar o vento,
ele subia a rua aturdindo
as casas, varria os papéis
do chão, elevava poeira,
sacudia roupas nos varais,
batia portões,
levantava as saias das arvores,
apagava o pito do velho,
Um bêbado tentava ouvir
o ruído da abelha na rosa.
O vento atrapalhou o silêncio
do bêbado,
preparei minhas cordas,
e recordei os nós,
joguei o laço, mas o vento
passou por baixo,
ele varria o cheiro do tempo
que decorava o quadro,
a parede me olhou,
e teve pena de mim.
O bêbado continuou seus passos,
o vento seguiu os vales,
eu deixo essa página
para provar que passei por aqui...