Um Poema Medíocre
Bukowski em punho na mão esquerda
E Edgar descansando na direita,
Com carinho e afeto.
Na mesa a taça vazia manchada pelo tinto,
O opaco cinzeiro já cinza,
E cheio da mesma,
Sem seu brilho cristalino.
Muda o local
Ou a cena
Ou até o ambiente,
Mas o pensamento é o mesmo:
Ela.
Ela
E a corrente moral anelar que a liberta de mim...
Apanhar diariamente
Pela ética
Era uma falácia digna, suponho.
Apanhar para falsas morais...
Irônico, no mínimo.
O outono gela meu vinho.
Mais do que aprecio...
E meus ares.
Restando tão somente
A lembrança
Quente
Que aquece meus pulmões.
Já não percebo o que são nuvens
Ou apenas fumaça melancólica.
Respirar de repente perde o seu sentido primeiro.
Diferentes olhos,
Outras faces,
Novos corpos
Me perseguem.
Mas não são os dela,
Não é a dela
E nem o dela.
Elas não são...
Ela.
Edgar sai em pulo,
Bukowski fica em repouso,
Esquecido com gotas de vinho.
Justo, confesso.
E de algumas lágrimas,
Mas não as reconheço com devido crédito.
Menos vida,
Menos livro
E mais uma taça
Cheia;
Esta é para ela?
Por ela.
Enfatizo nas rimas,
E em rimas,
Para dignificar o medíocre!
Ato falho.
Medíocre,
Autêntico.
Em dores,
Pelo menos...