Um Poema Medíocre

Bukowski em punho na mão esquerda

E Edgar descansando na direita,

Com carinho e afeto.

Na mesa a taça vazia manchada pelo tinto,

O opaco cinzeiro já cinza,

E cheio da mesma,

Sem seu brilho cristalino.

Muda o local

Ou a cena

Ou até o ambiente,

Mas o pensamento é o mesmo:

Ela.

Ela

E a corrente moral anelar que a liberta de mim...

Apanhar diariamente

Pela ética

Era uma falácia digna, suponho.

Apanhar para falsas morais...

Irônico, no mínimo.

O outono gela meu vinho.

Mais do que aprecio...

E meus ares.

Restando tão somente

A lembrança

Quente

Que aquece meus pulmões.

Já não percebo o que são nuvens

Ou apenas fumaça melancólica.

Respirar de repente perde o seu sentido primeiro.

Diferentes olhos,

Outras faces,

Novos corpos

Me perseguem.

Mas não são os dela,

Não é a dela

E nem o dela.

Elas não são...

Ela.

Edgar sai em pulo,

Bukowski fica em repouso,

Esquecido com gotas de vinho.

Justo, confesso.

E de algumas lágrimas,

Mas não as reconheço com devido crédito.

Menos vida,

Menos livro

E mais uma taça

Cheia;

Esta é para ela?

Por ela.

Enfatizo nas rimas,

E em rimas,

Para dignificar o medíocre!

Ato falho.

Medíocre,

Autêntico.

Em dores,

Pelo menos...

Thiago Lazzari
Enviado por Thiago Lazzari em 17/06/2022
Código do texto: T7539843
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