UM SOPRO
E quando tudo voltar ao normal
E você outra vez possa sair à rua,
Talvez encontre os seus velhos
Ou novos amigos e possa enfim,
Sentir um forte aperto de mãos
Ou quem um forte abraço;
Até mesmo um beijo se for o caso.
Talvez então possa sentir
O valor do contato humano,
Sem receio, inveja ou cobiça.
Há de tudo isto, saber valorizar
Ao ser supremo,
Aquele que tudo pode
Aquele que nos rege.
Falar sobre este novo aprendizado,
Sobre a experiência vivida,
Sobre o que ganhou ou perdeu
Sobre tudo o que restou.
Alegrar-se com o que
Ou com quem reencontrou
E amentar com o que
Ou com quem infelizmente
Não mais verá.
Poder tocar a vida agora
De maneira diferente,
Pois sabemos que nada
Se pode fazer,
Se aquele que nos criou
De um momento para outro
Decidir que já é chegada
A nossa hora final.
E nos extinguir assim de uma vez
Com um simples sopro,
Assim como num simples sopro
No criou.